Faz muito tempo que não escrevo no meu
blog e estou realmente sentindo muita falta disso. Ocorre que o propósito do
blog é converter em artigos tudo aquilo que escrevo no meu diário e quando
chegou a hora de abordar o assunto sobre adoção eu travei... não me sentia
pronta para falar abertamente sobre isso, não conseguia traduzir em palavras o turbilhão
de coisas que sinto a respeito, o misto de frustração, medo, preconceito, expectativa,
ansiedade e amor, um amor tão diferente que ainda não consigo explicar, porque
é o amor pelo absoluto desconhecido, é um salto no escuro.
Quando se ama um filho biológico antes
dele nascer, embora a criança ainda seja desconhecida, ela é fruto de nós
mesmos, é parte de nós, tanto em sua aparência quanto em sua personalidade é
muito provável que nos reconheçamos nesse pequeno ser e com isso teremos aquela
sensação de continuidade da nossa existência inerente ao que chamamos de “descendência”.
No entanto, quando se ama um filho
adotivo enquanto o espera, ama-se o absoluto desconhecido, não se sabe quando
essa criança chegará, que idade exatamente terá, filho de quem será, em que
condições foi gerada (certamente não nas melhores), que traços físicos terá, e,
principalmente, qual será sua personalidade, que aspectos sofrerão alguma
interferência hereditária, que traumas carregará consigo... enfim, como todo
amor, esse também supera a razão, o entendimento, também cura e transforma, é o
dedo de Deus capaz de reescrever nossas histórias, porém, esse amor exige um
pouco mais de CORAGEM...
É esse meu salto
que irei compartilhar no próximo artigo.