Uma experiência incrível do amor de Deus
No dia 20/01/2010 fui à catedral, sentei-me em frente à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e abri meu coração para Ela, contei para minha Mãezinha tudo que me angustiava, pedi que ela levasse a Jesus as minhas necessidades, como fez nas Bodas de Canaã, pedi que Maria fosse à frente abrindo todas as portas, rogasse por nossos empregos, intercedesse por nossa cura e pela libertação de todas as nossas gerações. Consagrei a Ela todo meu corpo e minha alma, assim como do meu esposo, para que tudo, cada célula, cada sentimento, seja preparado para a chegada do nosso bebê no momento que Deus reservou para esse milagre. Foi um momento muito especial, senti-me afagada pelo colo de Nossa Senhora, como se estivesse conversando com Ela, com a cabeça recostada sobre suas pernas.
Quando eu já estava me despedindo, um padre saiu da sacristia e veio em minha direção, olhando-me no fundo dos meus olhos e sorrindo, como se estivesse me esperando, lembrei que minha mãe havia me aconselhado a pedir orientação espiritual e quando vi que o padre foi para o confessionário, não pensei duas vezes...
Contei ao padre sobre meu desejo de engravidar e todas as minhas angústias. Por obra de Deus, esse padre é uma pessoa cheia do Espírito Santo, as palavras dele eram tão ungidas que eu me arrepiava e não continha o choro, foi incrível, e eu fiquei em estado de graça.
O padre aconselhou-me a acalmar meu coração e entregar minha vida completamente nas mãos do Senhor, porque um filho é um milagre de Deus, é graça imensa, é o amor do Pai abençoando o amor do casal e soprando vida sobre os frutos.
Disse que quando Deus criou o homem e a mulher ordenou que fossem fecundos e que se multiplicassem, é essa a missão da família, sendo assim, eu não tinha porque temer ao executar o projeto do Senhor para mim, em prestar um serviço à vida e ao amor, dons supremos de Deus.
Assegurou-me que Deus jamais desamparará minha família, ao contrário, um filho estabelecerá uma conexão ainda maior entre nós e Deus, porque o amor incondicional que a maternidade e a paternidade nos ensinam será a porta de entrada para muitos outros milagres, de tal sorte que se a porta do meu emprego se fechar, outra melhor se abrirá.
Eu contei-lhe que pela minha planilha de controle financeiro levaria mais de 3 anos para nos equilibrarmos financeiramente, e ainda com muito sacrifício. Então, o padre me sugeriu incluir nessa planilha uma 3ª pessoinha, que eu levarei talvez 4 anos para me recuperar financeiramente, mas que serei muito mais feliz e realizada.
Ressaltou que não posso pretender ser Deus na minha vida, querer me cercar de todas as garantias, prever todos os riscos, todos os próximos passos, pois viver, por si só, já é um risco. Disse que é preciso coragem e confiança na Providência Divina.
Lembrou-me que quando o anjo perguntou a Maria se ela aceitava engravidar, ela também sentiu medo, também se afligiu, viu-se diante de muitas incertezas, temeu terrivelmente pelo futuro dela e de seu filho, porém, disse apenas “sim”, e que era essa atitude que Deus estava esperando para operar em mim maravilhas. Isso não é irresponsabilidade, isso é fé!
Quando questionei sobre minha carreira, concursos etc., o padre disse que eu devo ter muito cuidado com o que a sociedade cobra de mim e oposição aquilo que minha fé me solicita, afinal, esse é o grande desafio do cristão no mundo. Perguntou se eu estaria disposta a me tornar uma pessoa extremamente bem sucedida e, por alguma razão, não viver a maternidade, porque fiz minhas próprias escolhas e elenquei minhas prioridades.
Quando confessei que eu temia ser egoísta ou estar me enganando ao interpretar as respostas de Deus de acordo com os meus desejos, e, segundo o padre, eu deveria ter esse receio caso quisesse fazer algo errado e desejasse o aval de Deus para tal, ou pior, pretendesse responsabilizar a Deus pelas atitudes erradas que eu tomaria, o que não era o caso, já que meu desejo era de amor, de doação, de renúncias, de abdicar-se de si e de seus anseios particulares, em prol da família, e não um ato egoístico.
Afirmou que muitas pessoas enxergam um filho como um transtorno, algo que impedirá o casal de viajar, aproveitar a vida, ter sucesso, e que isso é um grande equívoco, porque reduzem o filho a um bichinho de estimação, primeiro conquistam casa, carro, carreira, e decidem ter um filho quase que para quebrar o tédio, num momento tal em que o filho já não interferirá na zona de conforto dos pais.
Disse que o filho é, na verdade, o início da família, o ponto mais sublime do casamento, o ápice da graça de Deus, que a família pode sim ser muito próspera, trabalhando e crescendo juntos, sempre em comunhão com o Pai, esse é o verdadeiro sentido de amor, um amor que nos resgata de nós mesmos, que nos torna seres humanos melhores e mais santos.
Por fim, o padre fez uma benção lindíssima e disse que colocará a chegada do nosso bebê em suas orações.
O padre fez menção a muitas outras coisas, e de forma muito mais rica do que eu transcrevi aqui, porém, eu estava tomada de uma emoção muito forte, fui inundada pelo Espírito Santo de tal maneira que em alguns momentos perdi os sentidos, era como se Deus estivesse me dizendo: “Filha amada, você precisou ficar frente a frente comigo e ouvir essas palavras de minha própria boca, cá estou eu, tenha fé, estou contigo, jamais vou te abandonar”.
Essa foi uma das experiências do amor de Deus mais incríveis que vivi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário