Decisão posta à prova
Finalmente, após muita reflexão e muita oração, decidimos pelo tratamento de infertilidade e continuávamos recebendo as confirmações de Deus, tanto que em 13/01/2010 eu estava assistindo, pela TV, à missa da Canção Nova, e no meio do sermão o Padre Roger Luís da Silva disse que muitas mulheres estavam clamando pela graça da maternidade, quando proclamou: “Deus está visitando teu lar, curando a infertilidade do teu esposo e abençoando a sua gravidez”. Eu tomei posse dessa graça! Porém, uma caminhada de fé se constrói passo a passo, e a nossa decisão foi posta à prova.
A época, eu já era formada há 4 anos, tinha um emprego bom e estável, porém, muitas incertezas pairavam sobre a nossa empresa, e previsões pessimistas perturbavam a todos. Assim, questionei-me se não deveria voltar a estudar para outros concursos. Quando compartilhei essa dúvida com meu esposo, percebi que ele ficou muito balançado. Ele disse que se as coisas não estavam bem no meu emprego, e diante de todos os nossos compromissos financeiros, eu tinha que me dedicar mais a minha carreira e batalhar por uma nova oportunidade que nos proporcionasse uma maior estabilidade financeira.
Eu sabia que aquela era a consideração mais racional, porém, meu coração, por inúmeros motivos, não se conformava com tal opção, afinal, era um projeto de longo prazo, anos de muita renúncia, e eu teria que estar muito motivada e comprometida para lutar até o fim sem esmorecer, mas como fazer isso se meu coração estava em outro lugar?
Não me sentia disposta a deixar de lado toda nossa vida, todos os nossos sonhos, o nosso bebê etc., para me dedicar única e exclusivamente a minha carreira, sem qualquer garantia de sucesso.
Seria extremamente complicado conciliar essa retomada aos estudos com meus dois empregos e os afazeres de dona de casa, vez que tais obrigações já me demandam tempo integral, temo que acabaria por preterir o meu casamento, o que ia à contramão de tudo que estava sonhando, eu queria viver a experiência da maternidade ao lado do meu esposo em toda sua intensidade, queria ver nosso amor frutificar.
Também temia que o tempo passasse rápido demais e, por algum motivo, eu viesse a não poder mais ser mãe, seja por um acidente, uma doença, ou pelo próprio relógio biológico. Sei que não importa quão bem sucedida eu me torne, mas jamais estaria completa sem o nosso filho, de forma que tinha plena convicção de que caso um anjo aparecesse diante de mim e me pedisse para optar entre o sucesso profissional e um filho, eu nem piscaria antes de dizer: “o nosso filho”.
No entanto, como tenho dito desde o começo, a responsabilidade dessa decisão é muito pesada, realmente não sonho em ser uma pessoa rica, mas me preocupo em poder oferecer um ensino de qualidade aos meus filhos, um bom plano de saúde, segurança, uma situação financeira equilibrada e sem dívidas... e aí jaz o meu calcanhar de Aquiles, já que, em virtude da compra do nosso apartamento, os compromissos financeiros começarão a amenizar somente a partir de 2012.
É claro que não perdi nenhum minuto de vista todas as respostas que Deus vinha me dando a essas dúvidas, mas tinha medo que eu as estivesse interpretando da forma como mais me convinha, atendendo ao imenso desejo do meu coração, tinha medo dessa ansiedade estar distorcendo o real sentido das coisas.
O meu esposo concluiu que se o meu coração dizia com tanta intensidade que era o momento de termos nosso bebê e se isso me faria tão feliz, então, era essa a resposta de Deus, mas eu ainda precisava refletir mais, decidi continuar colocando em oração, pedindo a Deus que nos ajudasse a interpretar com mais sabedoria, que os dons do Espírito Santo descessem sobre nós para que tivéssemos o discernimento necessário para enxergar quais são os desígnios de Deus para nós.
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