Um GPS para minha cegonha - Parte III

O milagre do amor

E assim segui, acompanhado bastante de perto a gravidez da minha cunhada, falando com ela praticamente todos os dias, o que nos tornou muito mais próximas e me fez muito feliz.

A gravidez dela realmente foi coroada por uma chuva de bênçãos, eles conseguiram alugar uma casa bem próxima à casa da mãe dela, compraram um ótimo carro por um preço excelente, compraram a casinha deles na planta, tudo de uma forma muito providencial. Essas revelações do poder de Deus foram muito inspiradoras para mim, foram provas e mais provas de que o Pai realmente não desampara seus filhos. Cada graça que ela recebia era como uma promessa de Deus, ou seja, de que Ele também estava providenciando tudo em minha vida.

Nossas conversas nos proporcionaram uma troca de experiências muito rica, líamos e indicávamos muitos livros religiosos uma para outra, além de muitas outras dicas e sentimentos que compartilhávamos. Ela acompanhou todo planejamento da minha gravidez, os tratamentos, e sempre foi uma das minhas maiores intercessoras.

Minha cunhada dividiu comigo cada um dos meus momentos alegres e tristes. Certa vez ela passou um dia inteiro conversando comigo ao telefone para eu não sentir os efeitos terríveis dos medicamentos que tomei para um exame bem complicado. Ela foi a primeira pessoa a apoiar nossa decisão de entrar com o pedido de habilitação para adoção, ela sempre fez uma ponte entre nós e toda a família, para que nosso ponto de vista sempre fosse interpretado com carinho.

Tudo isso sem contar o presente divino que foi acompanhar momento a momento: a 1ª ultrassonografia, quando só havia um grãozinho de feijão; mais tarde receber a fotinha de um pé que tinha apenas meio centímetro; receber a notícia de que ela sentiu pela 1ª vez o bebê mexer, como o bater das asas de uma borboleta; ver as coisinhas do enxoval, sentir com minhas próprias mãos o bebê mexer, receber uma foto de ultrassonografia com a boca mais linda do mundo etc. e o nascimento... nossa, sequer consigo descrever o que senti quando o meu cunhado ligou avisando que a minha cunhada havia entrado em trabalho de parto, foi uma explosão de emoções incontroláveis, meus olhos jorravam lágrimas involuntariamente. O mesmo repetiu-se quando recebi a notícia do nascimento, quando vi a primeira foto dela, incrivelmente linda, quando ouvi o primeiro chorinho, foram momentos muito intensos e que certamente estarão sempre vivos na minha memória.

Hoje somos padrinhos da nossa princesa, e a coleção de momentos excepcionais só aumenta a cada dia: o Batizado, a 1ª risada que ela deu para mim, a 1ª vez que ela resmungou para mim ao telefone, a notícia de ela já sentava sozinha, de que já ficava em pé no berço, a 1ª palavra, o 1° dentinho, e a mais recente: a notícia de que aprendeu a engatinhar.

Dou graças a Deus por essa experiência de amor ímpar e por Ele ter me dado coragem para vivê-la de forma tão intensa. No começo eu achava que minha presença estava sendo importante para minha cunhada, hoje percebo o quanto ela foi importante para mim e o quanto é gratificante assistir ao milagre da vida acontecendo!