terça-feira, 9 de maio de 2017

Meu maior milagre

Minha última publicação foi em maio de 2012 e muita coisa aconteceu desde então, foi uma longa caminhada com vários episódios que acredito sinceramente que valem a pena serem compartilhados. Como já mencionei, o propósito do blog é converter em artigos o que escrevo no meu diário, e pretendo fazê-lo, porém, sinto que não posso mais adiar o testemunho do meu maior milagre, especialmente pela proximidade do Dia das Mães. Assim, como cheguei até esse ponto e o que aconteceu após, serão temas de outros artigos.
Fazia 4 anos e meio que eu tentava engravidar sem sucesso, foram inúmeras consultas, exames, cirurgias, ciclos acompanhados de indução de ovulação, duas inseminações artificiais, com um prognóstico cada vez mais pessimista e cada teste de gravidez negativo era um verdadeiro luto.
Foram incontáveis novenas, cercos de Jericó, retiros, grupos de oração e missas, muitas vezes diárias, mas, apesar da minha fé permanecer firme, o desgaste físico, emocional e financeiro (motivo pelo qual eu trabalhava em dois empregos há anos) cobrou seu preço e em agosto de 2012 eu adoeci, um quadro grave de síndrome do pânico que me obrigou a me afastar do trabalho e me debilitou a tal ponto que por muito tempo duvidei que fosse possível eu voltar a dominar as mesmas habilidades de antes.
Em novembro de 2013, após um ano e três meses de tratamentos, meu estado de saúde ainda era bastante delicado e eu me sentia presa numa realidade paralela vendo a vida passar num borrão. Foi nesse contexto que o momento mais mágico da minha vida aconteceu!!!
Dia 25/11/2013 recebi a tão esperada ligação com a notícia de que um bebezinho de 6 meses nos aguardava para adoção. Só de ouvir a palavra “bebezinho” já desatei em lágrimas porque são raríssimas as adoções de bebês nessa idade, tanto que eu imaginava que seria uma criança de mais de 3 anos.
Estávamos na fila há quase 4 anos e pensávamos seriamente em desistir devido minha saúde, mas os desejos de Deus são diferentes, enquanto nós pensávamos, Ele agia. O nome dele: GABRIEL, que significa “o enviado de Deus”! Esse foi um dos sinais que Deus nos deu de que devíamos aceitá-lo de coração aberto.
A conversa que tive com meu esposo nesse dia ficará gravada para sempre em minhas mais lindas lembranças, pois tenho certeza de que naquele momento me apaixonei ainda mais por ele que provou novamente ser o homem com um coração lindo, cheio de amor e de fé que Deus destinou a mim. Foi dele o “sim” que mudou nossa vida, afinal, eu não tinha condições de garantir que ficaria bem, afinal, eu poderia melhorar repentinamente pela realização desse sonho ou piorar devido as grandes mudanças que viriam com ele, como também poderia continuar lutando e vencendo a doença dia após dia, como de fato aconteceu.
Os medos eram enormes, as preocupações infinitas, minha saúde precária, não tínhamos absolutamente nada preparado para chegada dele, afinal, nossos 9 meses de gestação foram apenas dias, porém, decidimos nos lançar nas mãos de Deus e de nossa mãe, Maria, ela melhor do que ninguém entende o que eu estava sentindo.
No dia 27/11/2013 comparecemos à Vara da Infância para uma entrevista (tremendo, suando frio e com o coração quase saindo do peito). Foi o dia mais surreal de toda minha vida! A entrevista foi um sucesso, demos entrada no processo de adoção e pedido de guarda provisória, fomos conhecê-lo, sem que eu percebesse, a cuidadora o trouxe e ele se jogou nos meus braços, nos apaixonamos imediatamente (ele era lindo e de cabelos cacheados, como um anjo). Fizemos um pedido de autorização para viagem porque no dia 27/11/2013 era aniversário do meu avô e eu sempre sonhei em presenteá-lo com um bisneto, o juiz autorizou. Conclusão: Dia 28/11/2013 o Gabriel veio para casa, dia 29/11/2013 fomos para o Paraná, onde comemoramos o aniversário do biso com um chá de bebê e no dia 01/12/2013 conseguimos batizá-lo, por graça de Deus, com a presença de toda nossa família derramada em emoção (os padrinhos são nossos cunhados), um verdadeiro turbilhão de acontecimentos.
Nem sei descrever o que senti, além do medo absurdo, claro, e da emoção imensurável de SER MÃE. Foram anos de muito sofrimento, muita luta, mas, sobretudo, de muita fé, sentimento este que foi amplamente recompensado pela abundante graça do Divino Pai Eterno e isso é tudo que quero lembrar, porque sei que esse período em que caminhamos nesse deserto fortaleceu nosso amor, nosso casamento e fez de mim e de meu esposo pessoas e pais muito melhores para essa criança que é tão amada.
Por falar em AMOR, penso que se o Gabriel tivesse sido gerado em meu ventre e nos conhecêssemos desde então não haveria como amá-lo mais. O Senhor cuidou de cada detalhe e caprichou tanto que minha experiência com a maternidade não poderia ser mais plena, por vezes chego a esquecer de que não engravidei, até porque sua origem é ainda mais profunda: meu coração.
Para você que por ventura está com o coração entristecido por um sonho não realizado; para você que não consegue conter aquela vozinha que diz “mais um ano se passou sem que aquilo que anseio com toda minha alma aconteça”; para você que neste momento se encontra tentado a pensar que Deus não ouve suas orações; para você que sente o que costumo chamar de “medo do nunca”, que é aquela desilusão tão grande que chega a nos impedir de pensar que esse sonho possa vir a se realizar no futuro com medo de sofrer uma nova frustração; para você que sequer consegue sonhar e tão somente tenta conviver com sua dor... para você eu quero dizer que por anos eu me senti exatamente assim e agora estou aqui apreciando o sono do meu anjo Gabriel, do meu “milagrinho” (como sempre o chamei), sentindo tamanha emoção que meu coração transborda em lágrimas de alegria e gratidão; para você eu TESTEMUNHO que Deus não só ouviu cada uma das minhas súplicas como superou as minhas melhores expectativas; para você eu deixo essa mensagem de esperança e fé: SEJA QUAL FOR O SEU MILAGRE, ACREDITE! PORQUE O IMPOSSÍVEL É APENAS UMA DAS ESPECIALIDADES DE DEUS... GRAÇAS E LOUVORES AO DIVINO PAI ETERNO!!!

Esta foto representa minha gravidez e o momento da minha “ida para maternidade” quando estávamos indo buscar nosso bebê, a emoção estampada no meu sorriso e nos olhos repletos de lágrimas.


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